segunda-feira, 14 de novembro de 2016

VALE APENA RELEMBRAR! A diretora, o ladrão engravatado e o pé de chinelo.

Uma história real que aconteceu anos atrás, mas que continua mais atual do que nunca a revelar uma triste realidade da educação pública deste país, eterno refém do poder manipulador da corrupção. 

Por: Marcio Martins
Crédito: Montagem/Google Imagens

Certa vez quando fazia parte do Conselho Municipal do FUNDEB discutíamos o valor do rateio que os professores deveriam receber ao final do ano, tendo em vista as sobras nos cofres do município decorrente do fundo, o que pelas nossas contas daria algo em torno de Cinco mil reais, valor bem acima dos Dois mil propostos pelo governante da época. A discussão fluía tranquilamente até que a presidente do conselho que era diretora nomeada pelo gestor municipal e que ate aquele momento não havia se pronunciado, se levantou e encerrando a reunião disse: "Tanto faz se o prefeito pagar 5 ou 2 mil reais. Nunca se pagou rateio nesse município mesmo, portanto, o que vier é lucro"

Não consegui ouvir aquele absurdo calado, disse a ela que o prefeito iria pagar os cinco mil porque era um direito de todos os professores, mas quando ela, que também é professora, fosse ao banco receber, avisasse ao maior número de pessoas possível, pois só assim, teria a certeza que mais tarde algum ladrão iria lhe visitar, mas esse seria um ladrão bom, que dos Cinco mil roubaria apenas três e deixaria os mesmos dois que o prefeito se dependesse da vontade da mesma pagaria. Feito isso, ao invés de denunciar o ladrão, deveria lhe agradecer e fazer uma festa em sua homenagem, afinal nunca houve um ladrão que vendo 5 mil em sua frente roubasse apenas 3 e deixasse 2 para a vítima. 

Ao ouvir meu desabafo, disse ela: Há, mas nesse caso é diferente! Nisso, retruquei: 

Por que? 
Porque um usava havaianas e o outro terno e gravata?

Sei que é triste ouvir coisas deste tipo da boca de uma educadora que deveria dar exemplo a seus pares e principalmente a seus educandos. Mas fazer o que? "Quando eu perder a capacidade de indignar-me ante a hipocrisia e as injustiças deste mundo, enterre-me: Por certo que já estou morto" (Augusto Branco)





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A Redação - 11/01/2017

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