sábado, 12 de dezembro de 2015

Conheça o Projeto "Xadrez na sala de aula" que vem apresentando resultados expressivos no processo de ensino-aprendizagem de crianças e adolescentes do Povoado Forquilha e Região.

Confira na íntegra como se deu todo o processo de elaboração, execução e resultados esperados do projeto idealizado pelos professores; Luiz Vieira e Eronides Junior na Escola Ananete Cavalcante Gomes.

1. RESUMO

Xadrez é um jogo de tabuleiro de natureza recreativa e competitiva, ele é um jogo dos mais populares do mundo, e praticado por milhões de pessoas em torneios (amadores e profissionais), clubes, escolas, e pela internet. Existem estimativas que cerca de 600 milhões de pessoas em todo mundo que sabem jogar xadrez e destas, 7,5 milhões são filiadas a uma das federações nacionais que existem em 160 países, tendo à maior e mais antiga federação esportiva do mundo. Características da arte e da ciência são encontradas nas composições enxadrísticas e em sua teoria que abrange aberturas, meio-jogo e finais, as frases em que subdividem o transcorrer do jogo. Na terminologia enxadrística os jogadores de xadrez são conhecidos como enxadristas.

O xadrez, por ser um jogo de estratégia e tática, não envolve o elemento sorte. A única coisa exceção, nesse caso, é o sorteio das cores no início do jogo, já que a cor branca faz o primeiro movimento e teriam, em tese, uma pequena vantagem por isso.

O “Projeto Xadrez na sala de aula” em tese trabalha todos estes aspectos, visando propiciar um desenvolvimento mental e social do estudante.

2. APRESENTAÇÃO
Nas últimas décadas têm se estabelecido um consenso cada vez maior, na área educacional, de que o objetivo primeiro da educação é a formação de um cidadão consciente, independente e solidário. Os documentos oficiais produzidos, como os PCNs e a LDB, têm bem expressos estes objetivos. Um indivíduo que seja capaz, a partir do conhecimento acumulado, interferir na sua comunidade de forma positiva, influenciando em decisões que permitam que a vida comum seja sempre permeada pelo respeito ao próximo, pela tolerância para com as diferenças, pelo sentimento de justiça, pelo ímpeto de cooperar e, ao mesmo tempo, pelo crescimento das possibilidades individuais de cada um. Para atingir este objetivo é vital realizar uma escolha correta dos conteúdos escolares necessários em cada área de conhecimento ou disciplina.
            
Hoje, tão importante quanto aprender é o aprender a aprender, tornando-se um bom aprendiz para toda a vida, visto que as mudanças acontecem com velocidades crescentes exigindo indivíduos preparados para lidar e enfrentá-las. Mudanças impulsionadas pela tecnologia da informação e seus avanços que acabam por imprimir novos enfoques e pontos de vista relativos à natureza e à sociedade em que vivemos. Preparar-se para as mudanças que estão acontecendo e que irão acontecer com velocidade cada vez mais alta, desenvolvendo as habilidades de aprendizagem de cada um, é a primeira tarefa dos educadores preocupados de fato com o futuro de seus educandos.
            
Neste tornado tecnológico a capacidade de pensar e de refletir de forma madura e independente, de julgar e de decidir, tem a sua própria velocidade que é determinada pelo homem e seu cérebro, e esta capacidade é a principal ferramenta de cada um de nós para sobrevivermos neste mundo tecnológico.
            
A educação formal deve de alguma forma estabelecer pontes entre o conhecimento científico e o nosso cotidiano, contextualizar este conhecimento significa exatamente mostrar a sua utilidade e a sua aplicabilidade concreta que vai muito além de justificativas abstratas e distantes. Obviamente, não significa uma rendição a um pragmatismo restrito e utilitarista, mas a constatação de que somente aquilo que faz sentido e que ajuda a diminuir o “sofrimento humano” pode ser estimulante no processo de aprendizagem. O conhecimento que se aprende deve poder ser útil para a tarefa diária de resolver problemas.
            
O xadrez em certo sentido é contrário à rapidez contemporânea imposta pela globalização e pela tecnologia da informação na nossa sociedade tão marcada pela cultura do consumo rápido e irrefletido. Mas aprender a jogar xadrez pode de fato permitir a construção de um indivíduo que não vai ser “esmagado” pela avalanche de informações e de mudanças dos nossos dias. Na verdade, jogos de estratégia, pelo fato de terem uma velocidade própria, são perfeitos para desenvolverem a capacidade crítica de análise dos próprios atos e da realidade que nos cerca. Ser bom aprendiz de xadrez é também ter personalidade própria e aprender a tomar decisões conscientes das suas consequências. O jogo é uma necessidade básica da nossa constituição, um comportamento primário de nossa espécie humana e isto também revela a importância do uso de jogos de estratégia nas escolas.

O xadrez caracteriza-se como sendo mais um método que um conteúdo, uma metodologia alternativa, na construção de um caráter emancipador, capaz de potencializar o aprendiz de forma a investir-lhe de força, relacionada a sua capacidade de análise e de, a partir da realidade e condições existentes, prever acontecimentos e traçar caminhos que permitam atingir certos objetivos.

A seriedade com que as crianças passam a se dedicar ao xadrez, permite que elas lidem melhor com os seus sentimentos de ansiedade, de raiva, e de frustração. A derrota, quando acontece, é racionalizada, e o desafio torna-se vencer de certa forma a si mesmo, superando-se no futuro. A competição é parte da vida, ainda mais de nossa sociedade capitalista, e uma boa parcela de energia da agressividade é sublimada em um jogo de xadrez para transformar-se em reflexão e raciocínio estratégicos. Uma partida é a sua maneira uma construção artística, pois demanda um processo criativo, com considerações estéticas: cada partida é uma reinvenção do jogo de xadrez.

Assim como na matemática, a simplicidade, associada ao antigo principio conhecido como “navalha de Occam”, é um valor importante no xadrez, pois dentre dois movimentos com os mesmos objetivos, quanto maiores forem os condicionantes existentes, mais improvável será o desenrolar imaginado para os próximos lances de uma partida. Da mesma maneira, a separação e a classificação entre o que é relevante e o que é superficial, uma característica do jogo é a base também do método experimental: nos experimentos tenta-se sempre isolar as variáveis relevantes daquelas que não influenciam no fenômeno estudado. O trabalho de investigação e de observação, intrínseco da visão científica de mundo são vitais para o bom jogador de xadrez.
  
3. JUSTIFICATIVA
Considerando que a maioria dos professores de Educação Física, Matemática, Português e outras disciplinas, preferem dar ênfase a algumas estratégias rotineiras de apenso aprendizagem, deixando de lado o xadrez, onde o mesmo é um esporte de ordem intelectual, que objetiva proporcionar um desenvolvimento mental e social, possibilitando a resolução dos problemas do dia-a-dia. Levando-se em consideração o fato dos professores terem a dificuldade de trabalharem a modalidade devido a grande quantidade de alunos por turma e fazendo apenas uma pequena passagem pelo xadrez e até mesmo deixando de lado, fazendo com que futuramente estes não tenham que aprender ou praticar este jogo, podendo se tornar inferior aos que o praticam desde a infância. Portanto, sendo o xadrez uma atividade esportiva, a mesma possibilita à criança o auxílio do seu desenvolvimento tanto intelectual como motor e social. Com isso, pretendemos com este projeto, mostrar aos professores e interessados, que o xadrez não seria apenas um jogo comum, mas sim um método de firmamento intelectual e social do desenvolvimento humano, contribuindo assim, no aprendizado.


4. OBJETIVO GERAL
Demonstrar de forma teórica e prática a importância do xadrez no ensino fundamental 1, podendo proporcionar um melhor aprendizado em relação às outras disciplinas e até mesmo na aplicação da atividade motora e que diante de difíceis situações, aprendem a poder tomar suas próprias decisões.

 5. OBJETIVOS ESPECÍFICOS
 1)     Ensinar a história, fundamentos e regras do jogo;
2)   Observar durante as aulas de xadrez, a influência do mesmo sobre o desen­volvimento dos educandos, em conceitos como: atenção e concentração, imaginação e antecipação, memória, paciência e autocontrole, criatividade, inteligência, entre outros;
3)     Inserir os educandos em competições estudantis a principio dentro da Escola, de forma a utilizar o aspecto de socialização do xadrez.


 6. MATERIAIS E MÉTODOS
A ação deve obedecer a uma seqüência, para que os resultados sejam eficientes. A seqüência utilizada será a seguinte:

1)  Fazer um levantamento junto a escola do material disponível para aplicação do projeto, tabuleiros e peças. Caso não existam, ver a possibilidade de aquisição dos mesmos pela escola ou por parceiros que doem ou emprestem o material para implantação do projeto;
2)  Selecionar os educandos ou turmas a serem atendidos pelo projeto;
3) Ensinar através de projeção de imagens um pouco sobre a história e evolução do xadrez, assim como, a prática dos primeiros passos e movimentos das peças;
4) Inserir o tabuleiro e as peças gradualmente, para que os educandos vão reconhecendo os movimentos de cada peça, com jogos específicos utilizando, aos poucos a inserção das peças, para que desta forma possam ser gravados os movimentos específicos de cada uma;
5)  Ensinar as regras do xadrez e jogadas;
6) Fazer competições internas, dentro da sala de aula, e inseri-los em competições externas, promovendo torneios abertos na escola, e levando os educandos a participar de competições locais caso venha a acontecer. Para que possam melhorar o seu convívio social e até mesmo os educandos possam viajar diante de possíveis possibilidades, fazendo excursões a locais que tenham aspectos de acordo com o projeto, já que muitos deles, por ser de regiões carentes de nosso município, não possuem recursos para isso.

 7. PÚBLICO ALVO
Educandos da rede municipal de ensino, das seguintes turmas:

1)     4º ano/ responsável Professor Eronides Junior.
2)     5º ano/ responsável Professor Luiz Vieira.
3)     Para todos os alunos interessados do turno matutino ou inverso ao das turmas em destaque.

9. RESULTADOS ESPERADOS
Com este projeto os professores em destaque juntamente com a Escola Municipal Ananete, tem interesse em incentivar e despertar a vontade pelo ensino e a prática do Xadrez na escola, por acreditar que essa atividade extracurricular contribui no desenvolvimento da inteligência, do raciocínio lógico, e das emoções dos seus praticantes, oportunizando assim possibilidades de êxito pessoal, acadêmico e profissional. O xadrez mostra também que por ser um jogo de estratégia, coloca a criança em difíceis situações e que as estimula a criar, imaginar e atuar como um indivíduo capacitado para solucioná-las.

10. RESULTADOS ALCANÇADOS 
Antes da inserção do xadrez nas referidas turmas, percebia-se, alunos indisciplinados, desatentos, desestimulados sem interesse algum para buscar a aprendizagem.Ressaltando que na turma de 5º ano 50% da turma era de “ANALFABETOS À SEMIANALFABETOS”, a partir do uso do xadrez os alunos mostraram  entusiasmo e o percentual negativo diminuiu para 10%, por tanto, o xadrez é mais uma ferramenta que deve ser usada em sala de aula, desde, que tenha comprometimento e responsabilidade por parte do educando e principalmente do educador.

10. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
BRASIL. (1996.) Parâmetros Curriculares Nacionais: Ministério da Educação;
BRASIL. Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional Nº 9394. 20/12/1996;
FERNANDEZ, Alicia. (1990.) A Inteligência Aprisionada. Porto Alegre: Artes Médicas;
FONTARNAU, A. S. (2003.) O ensino de xadrez na escola. Porto Alegre: Artmed, GIRONA, P. C. (2003.) Iniciação ao xadrez para crianças. Porto Alegre: Artmed;




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A Redação - 11/01/2017

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