Festejos de rua continuarão
fora do período de novenário da paróquia de São José, prejudicando o comércio
local e os vendedores ambulantes do município e região.
Por: Marcio Martins
Crédito: Quiel Freitas
Pra quem sonhava como eu, com
o retorno das Festividades do Padroeiro São José em Canapi, como sempre foi
tradição no município, respeitando a cultura popular e o desenvolvimento
econômico que os festejos sempre proporcionaram ao comércio local e aos
vendedores ambulantes, bem como ao entretenimento popular e aos reencontros dos
amigos e familiares que aproveitavam o período festivo para voltar à terrinha, ir
à missa, passear com as crianças no parque e depois curtir os shows em praça
pública, tudo foi por água abaixo na noite desta quinta-feira (30), quando um
grupo de representantes do Governo Municipal se reuniu com representantes da Paróquia
de São José e com o Pároco Marcio para tratar do possível retorno da
Tradicional Festa do Padroeiro São José em Canapi, que já há alguns anos, por
determinação do Bispo Dulcênio, a época, a frente da direção da Diocese de
Palmeira dos Índios/AL, proibiu a Prefeitura de utilizar o nome do santo
padroeiro nas festividades de rua da cidade, que passou a se chamar deste dia
em diante, TRADICIONAL FESTA DE MARÇO.
E o Bispo Dulcênio não parou
por ai, pois usurpando da autoridade dos prefeitos dos municípios aos quais
suas respectivas paróquias estavam sobre a direção da Diocese de Palmeira dos Índios,
Dulcênio passou a “proibir” os gestores de realizar as festividades de rua
dentro do período de novenas do santo (a) padroeiro (a) e ou demais festejos
religiosos. Nisso, os prefeitos por sua vez, na maior demonstração de submissão
ao Bispo diocesano e comodismo político de quem pouco se importa com o
desenvolvimento do seu município e muito menos com o bem estar do seu povo, a
grande maioria atendeu a imposição da diocese mudando as datas dos festejos de
rua e em alguns casos, acabando de vez com os festejos de rua do período.
Acontece que algumas dioceses não
tiveram o mesmo entendimento do Bispo Dulcênio, ou seja, mantiveram e continuam
mantendo viva a cultura popular das Tradicionais Festas do (a) Padroeiro (a) de
seus respectivos municípios, inclusive alguns gestores municipais da própria Diocese
de Palmeira dos Índios, numa demonstração de autoridade constituída para
representar seu povo e não os interesses religiosos de quem quer que seja. Um
exemplo disso foram os municípios de Poço das Trincheiras, que, aliás, realiza
uma das maiores festa com denominação religiosa do estado, a Tradicional Festa
de Reis, bem como o município de Mata Grande que no período dos festejos
religiosos realizou uma grande festa popular com grandes atrações musicais em
praça pública.
Mas o estopim mesmo que
resultou do renascimento da possibilidade do retorno da Tradicional Festa do
Padroeiro São José em Canapi, foi a saída do Bispo Dulcênio do comando da
Diocese de Palmeira dos Indíos e o retorno das festividades de rua do Povoado Capiá
da Igrejinha durante o novenário a Divina Pastora. Ou seja, mesmo município,
mesma paróquia, mesma diocese e mesmo pároco e ainda sim a justificativa até hoje
é de que a proibição superior continua. Inclusive esta foi à justificativa que
o pároco local apresentou aos representantes do Governo Municipal em reunião
nesta quinta-feira (30) na paróquia de São José, onde o reverendíssimo não foi
questionado o porque dos “dois pesos e duas medidas” no tocante aos festejos do
povoado e da cidade, bem como qual seria a atitude do paróquia caso o prefeito
não aceitasse a imposição dos festejos de rua fora do novenário, afinal de
contas, quem manda na cidade é o prefeito, este, devidamente legitimado pelo
povo.
Conversa vai, conversa vem... o
resultado foi ainda pior do que o que já estava posto, pois os festejos de rua
continuarão fora do período do novenário, sendo que desta vez sem data definida
para os shows em praça pública já que o mês de Março inteiro será dedicado ao
santo padroeiro. E o pior! Acreditem se quiser! As festividades de rua voltará
a fazer alusão ao Santo Padroeiro, passando do que já foi: FESTA TRADICIONAL DO
PADROEIRO SÃO JOSÉ, para TRADICIONAL FESTA DE MARÇO e agora FESTEJOS ALUSIVOS
AO MÊS DE SÃO JOSÉ.
Participaram da reunião
representando o governo municipal; o diretor de comunicação Ezequiel Freitas, o
diretor de eventos, urbanismo e iluminação pública Gijo, a diretora de Cultura Eclaúdia
Bulhões e o Secretário de Administração Hemerson de Lima, além do pároco Marcio
e representantes da paróquia.
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A Redação - 11/01/2017