“Ai daqueles que justificam
o ímpio por suborno e aos justos negam justiça” (Isaías 5:23)
Por:
Redação com Iran Bezerra (7 segundos)
Vendo o meu voto. Para quem me oferecer mais e achar que
ele vale um mandato...
-O que foi, estranhou a franqueza? Nada estranho no mercado das eleições. Tem
quem compre e eu tenho para vender...
Eu tenho que valorizar a única coisa que tenho o voto. Na vida, nada mais
tenho. Não tenho educação, não tenho emprego, não tenho moradia, não tenho
saúde, segurança?! só a divina...
Então, neste tempo de negócios, quero a minha parte. Sem contar que estou
prestando um grande favor aos compradores de voto.
Estou evitando que eles se submetam a deixar seus palácios e ter quer vir aqui
em baixo, beijar cabecinha cheia de "pereba", de criança remelenta;
Ter que submeter os nobres, a comerem em lata de doce? (é um pecado); Faze-los
estragar seu olfato, com cheiro de "suvaco" fedorento?; Não! Evito
que venham amarrotar seus ternos, de fino corte, abraçando os esfarrapados. Ou
seja, facilito o trabalho dos "meus representantes".
Evito ao máximo, que os homens de dinheiro, aqueles que me vão
"ajudar", tenham sentimentos de pena por mim... Não quero pena, nem
dó, quero vender meu voto, daí, me sentirei parte do processo e serei ,por
alguns instantes, importante. Sinto orgulho disso.
Se depender de mim, um sem educação, sem emprego, sem nada, só o dia e a noite,
não atrapalharei os negócios dos nobres. Prontamente, vendo o meu voto. É só me
oferecer proposta... (e nem barganho...)
Não farei como a maioria, que se choca com as manchetes de jornais, (que não
leio, pois não sei) comenta até a exaustão, depois votam no amigo (da onça), no
parente, no aderente... Esses que têm "leitura" deveriam ler o
curriculum e a ficha corrida dos que irão ser contemplados com seu voto...
(faziam valer a educação que tiveram)
Para essa turma de "intelectuais" da internet, deixo meu recado. Não
quero atrapalhar a vida e o futuro de ninguém, vendo o meu voto e todos
ganham... E se vocês me ignorarem, posso sair da lata do lixo em que me
encontro, e ir cobrar o que é meu na sua porta. Então, me deixem vender meu
voto em paz...
Cada um faz sua parte e todos ganham. Façam o papel de vocês, reclamem,
xinguem, se emputeçam, mas, no final votem nos "manos"...
E não me venham dizer que a venda do voto trás consequências.
Não me importo que Alagoas tenha metade do povo analfabeto, que seja o Estado
mais violento, que mais morram recém-nascidos, que jovem se matem no inferno do
crack, que haja desvios de milhões para pagar a conta. Não me importo.
E que os índices de tudo que se mede por aqui, sejam negativos, não tô nem aí.
É o meu estado, é a minha Alagoas. Dos currais, dos coronéis e da republica das
bananas...
A parte que me cabe neste rincão, é a terra que vou levar na cara quando
morrer... Por tudo isso, vendo meu voto. Muito obrigado meu nome é POVO!