Vereadores decidem disputar as eleições sem pedir votos para prefeito

Decisão foi articulada pelo Deputado Estadual Antônio Albuquerque.

Por: Marcio Martins

Os cinco atuais vereadores; Nandinho (PTB), Urso Biano (PTB), Aloisio Basilio (PTB), Cicero Luciano (PTB) e Juareis Dôres (PTC) que integram a base aliada ao prefeito Zé Hermes no legislativo municipal, em reunião como o deputado estadual Antônio Albuquerque decidiram que ao contrário do que já haviam anunciado irão sim disputar as eleições municipais deste ano, no entanto, seus partidos PTC e PTB hoje sobre a direção da oposição devem fazer parte de uma única coligação que tem como líder o ex-deputado Celso Luiz.

Sem querer apoiar o ex-deputado, temendo perder votos, os vereadores pretendem fazer campanha somente para o legislativo, ou seja, pedindo votos apenas para vereador, uma vez que ficariam impedidos de trabalhar a favor do candidato indicado pelo prefeito, tanto por conta das restrições eleitorais quanto pela insistência do gestor na indicação do nome de seu sogro, o ex-prefeito Zé Mariano, que segundo a justiça eleitoral é inelegível.

O vereador Urso Biano líder do governo na Câmara Municipal chegou a exigir documentos oficiais que comprovassem a elegibilidade do ex-prefeito, mas até hoje nada foi apresentado, nem ao edil e muito menos a qualquer pessoa do seu grupo político.

Resta saber como será desatado este nó, uma vez que a convenção do PTB será realizada na sede do partido, mais precisamente na fazenda do vereador oposicionista Luciano Malta. Será que os vereadores e os pré-candidatos terão a ousadia de participar da reunião que escolherá os candidatos do partido? 

Comenta-se que Celso Luiz teria aceitado coligar os partidos como uma condição: Que o PRP, partido presidido pelo empresário Edvan, que foi sondado para sucessor do atual prefeito, teria que vir junto no pacote e assim os três partidos PTC, PTB e PRP seriam coligados na majoritária com os demais partidos de oposição e na proporcional em uma única coligação para o legislativo, ficando assim os edis livres para pedir votos apenas para vereador, desta forma Celso abocanharia mais um partido do atual prefeito e assim não restaria ao gestor outra opção se não optar por uma candidato do único partido que lhe restou o PDSB exatamente o partido do seu candidato inelegível. 

Por outro lado, os vereadores afirmam que não houve acordo com o ex-deputado e que os mesmos não aceitaram nenhuma condição imposta por ele, dizem que serão candidatos graças ao presidente nacional do partido Roberto Jeffersom que entregou o legislativo municipal da agremiação para o deputado estadual Antônio Alburquerque que inclusive pode liberar a candidatura dos pré-candidatos a vereador do partido que foram impedidos pelo atual diretório municipal sobre o comando da oposição.

Já vi de quase tudo nesta eleição, mas esta é a primeira vez que vejo um partido ser dividido em dois, sendo o legislativo dominado por um e o executivo por outro.

Em todo caso, o prefeito Zé Hermes mesmo que insista com a candidatura do sogro, este aparentemente já é considerado uma “carta fora do baralho”, uma vez que quase ninguém acredita mais em sua candidatura, inclusive os atuais vereadores e os pré-candidatos.

E por falar em “carta fora do baralho” este também já é um termo bastante utilizado quando o assunto é a candidatura do ex-deputado Celso Luiz, que dias atrás foi condenado por um colegiado de juízes do Tribunal de Justiça de Alagoas entre outras punições, a perda dos direitos políticos por 05 anos, se tornando assim inelegível.

Apesar disso, o forte grupo político do ex-deputado acredita fielmente em sua candidatura sobre a alegação de que o processo ocorreu de forma arbitrária e que ainda que fosse legal não o deixaria inelegível uma vez que a condenação ocorreu em 1ª instância. Daí a dúvida! A Lei da Ficha Limpa impede a candidatura de políticos condenados por um colegiado de juízes, mas não especifica se estes seriam de 1ª ou 2ª instância.

De qualquer forma a candidatura tanto de Zé Mariano, quanto do ex-deputado está beirando o abismo e até agora nenhum outro nome é apresentado, fato que tem deixado a população bastante irritada e essa irritação já começa a ressuscitar as candidaturas de dois outros candidatos a prefeito, do ex-vereador Tonho Prefeitinho (DEM) e do ex-secretário de agricultura Janielsom Vieira, isso porque alguns correligionários já declararam apoio a ambos.

Mesmo sem poder aquisitivo equivalente aos candidatos do prefeito e do ex-deputado, Tonho Prefeitinho e Janielsom vivem a esperança de que os mais de 60% de eleitores indecisos ou “iludidos” migrem para seu grupo político, pois só assim poderão pensar na possibilidade de vencer as eleições.

Diante do amplo cenário de incertezas que se instalou no município quanto aos candidatos a prefeito, as eleições legislativas também chamam a atenção, isso se não houver mais nenhuma surpresa, o que acho bem provável, será a primeira vez que teremos uma eleição onde dois candidatos vão para a disputa inelegível, outros dois na esperança da revoltar popular e por ultimo um grupo de vereadores sem candidato a prefeito.

Neste ultimo caso, será que podemos acreditar que os vereadores irão resistir e não se unir a oposição no decorrer da campanha?

Na verdade os edis estão apenas tentando salvar a própria pele e para isso contam com os votos dos pré-candidatos que ou por acordo ou por ilusão devem trabalhar para os mesmos, uma vez que seus votos apenas servirão para completar a legenda da coligação elegendo os mais votados, ou seja, os vereadores de mandato.

Mas nem tudo são flores, caso isso não venha a acontecer, os edis ficarão em maus lençóis, visto que o PRP aparentemente não tem candidatos a vereador, sendo assim a disputa seria entre os cinco, o que para os mais otimistas elegeria apenas dois.

Se ao invés de insistir com as candidaturas os edis resolvessem apoiar alguém e trabalhar para o indicado do prefeito, desde que este fosse elegível os vereadores demonstrariam grande preocupação com o povo e assim seria bem mais fácil eleger um sucessor.

Por tudo isso, ficam no ar algumas pergunta para debate:

Afinal de contas! Os vereadores tomaram essa decisão em favor de quem?

Porque o prefeito retirou a candidatura de Edvan para lançar o nome de um candidato inelegível?

Porque os indecisos ou “iludidos” não caem na real e apóiam Tonho Prefeitinho ou Janielsom que até agora são os únicos com 100% de chance de serem candidatos?

Dia 30 teremos mais novidades e definições somente após o dia 07/07.