terça-feira, 9 de outubro de 2018

Candidatos a Deputado Estadual apoiados pelo governo municipal e pelo ex-prefeito Celso Luiz não atingem 35% dos votos do eleitorado de Canapi.

Num cenário político de 13.116 eleitores aptos a votar no município segundo o TSE, entre abstenções e não votantes nos candidatos dos dois grupos, foram mais de 08 mil votos.

Por: Marcio Martins

Como não é segredo para ninguém sobre meu engajamento na campanha do amigo Duda Onça que concorreu a uma vaga na Assembléia Legislativa do Estado, fazer uma avaliação imparcial sobre o resultado destas eleições para Deputado Estadual aqui em Canapi é um grande desafio, não para mim que sempre levei e levo a imparcialidade jornalística como o pilar de um trabalho sério e confiável, mas sim para aqueles que por “paixonite partidária” não conseguem separar o profissional Marcio Martins do cidadão Marcio Martins e muito menos a política da politicagem.

Pois bem; vamos lá! Primeiro é preciso esclarecer o porquê desta avaliação está sendo feita apenas com os votos somente para Deputado Estadual. O motivo é simples! É com os deputados estaduais que nos municípios os acordos políticos são feitos de forma mais abrangente, assim como o empenho de fato das lideranças políticas locais na caça aos votos, ou na “compra de votos”, mais calma, calma, calma... pois antes que digam que não tenho como provar nada disso, quero que saibam que realmente não tenho, porém, tal prática não é segredo pra ninguém e a apreensão pela PRF de uma boa quantia suspeita de que seria utilizada para a compra de votos uma semana antes do dia da eleição, reforça ainda mais a grande realidade do abuso do poder econômico que perdura por décadas em nosso amado município, (Lembrando que estamos falando de Canapi, portanto, neste momento não me interessa se isso acontece no Brasil inteiro, pois o que importa de fato é que é crime em qualquer parte do território nacional).

Todavia, não é apenas a compra de votos que torna o processo eleitoral INJUSTO, ou pior, DESIGUAL entre os candidatos, isso porque a troca de favores e de empregos em troca de votos, também configura crime eleitoral e este é ainda mais difícil de combater e identificar, principalmente porque geralmente está maquiado nas contratações absolutamente necessárias que o município precisa para fazer funcionar a máquina pública. E é ai que prefeitos e aliados levam larga vantagem sobre as demais lideranças municipais engajadas a conquistar o voto dos munícipes para seus candidatos, isso sem contar com o dinheiro desses candidatos que ninguém diz ter visto, mas todo mundo sabe que existe, principalmente os vendedores ambulantes que no dia da eleição precisam de muito troco para as "oncinhas" que os eleitores lhe pagam vinda de todos os lados, com raras exceções é claro.

Por esses e outros motivos que envolvem o poder de quem tem a máquina pública nas mãos, imaginar que os principais candidatos do governo podem perder para oposição é meio que “fora de lógica”, ainda que somados todos os votos da oposição, pois a obrigação de mostrar que continua firme e forte como venceu as eleições municipais é de inteira responsabilidade da equipe de governo e seus vereadores aliados. E quando vemos que num universo eleitoral de 13.116 votos em Canapi segundo o TSE em Set/2018, os principais candidatos a Deputado Estadual da atual gestão municipal não conseguiram atingir 25% desse eleitorado, ou seja, que mais de 10 mil eleitores não votaram conforme o prefeito e seus 07 vereadores aliados desejavam, ainda que muitos votos se somem posteriormente através de outras lideranças ligadas ao gestor, isso demonstra no mínimo uma insegurança política enorme para uma futura reeleição, mesmo sabendo que no caso do principal nome de oposição o ex-prefeito Celso Luiz esse percentual de votos tenha sido ainda menor do que o do governo não chegando a 10% do eleitorado canapiense para sua candidata Fátima Canuto. Mas sim pelo fato de saber que, descartados os 613 votos nulos e brancos que nesta média sempre irão existir, o cenário político em Canapi apresentou uma abstenção de 28,75%, o que representa nada mais, nada menos que 3.770 pessoas que não vieram votar, mas que podem votar nas próximas eleições reduzindo drasticamente o número de abstenções e consequentemente elevando o número de votos principalmente da oposição, já que nestas eleições a maioria desse eleitorado que se absteve não se sentiu representado pelo governo atual. 

E os problemas do atual governo com a inexpressiva votação (3.081 votos) dos seus principais estaduais, não param por aqui, uma vez que, apesar da também inexpressiva votação (1.174) da candidata Fátima Canuto em Canapi levando em consideração o total de eleitores 13.116 e também dos votos válidos 8.733, vale lembrar que a maior liderança de oposição do município, que ainda é o ex-deputado Celso Luiz, veio bastante desgastado neste processo eleitoral, haja vista, que recentemente chegou a passar 11 meses preso, sendo posteriormente condenado a 28 anos de prisão justamente por crimes envolvendo desvios de recursos públicos do município, o que lhe rendeu a perca de importantes lideranças locais e apreço de muitos eleitores, assim como revolta por parte ainda de uma boa parcela de eleitores conscientes que não se rendem ao poderio das oligarquias.
Mas se por um lado a votação do ex-prefeito Celso Luiz dada a sua candidata a Deputada Estadual também foi inexpressiva mediante seu desgaste acima relatado, quando somados os votos da oposição no geral entre os candidatos com mais de 80 votos conquistados através do trabalho de algumas lideranças locais sem ligação com o ex-prefeito, chegamos a 2.529 votos, 857 votos a menos que os candidatos da situação. Contudo, dado esses números 3.081 e 2.529, alguém deve está se perguntando: Mas somado esses votos do governo e da oposição com os 613 votos brancos e nulos, mais a abstenção de 3.770, temos apenas um total de 9.688 votos Marcio, onde foi parar o restante? Simples! 1.496 votos foram distribuídos entre 84 dos 101 candidatos a Dep. Estadual que tiveram abaixo de 80 votos e que não contaram com apoio de nenhuma liderança política atuante e popular ligada nem a oposição e nem ao governo. Já o restante, 1.932 votos, estes foram votos que contaram com a união tanto de correligionários como de eleitores de oposição e governo distribuídos entre Davi Maia (791) apoiado pelos vereadores Agnaldo e Lilia que foram oposição ao prefeito Vinicius e hoje não se sabe ao certo suas posições para com o governo, Flávia Cavalcante (531) apoiada pelo ex-prefeito Vieira e seu enteado Luciano que abraçou eleitores da oposição e do governo em torno de sua candidata a estadual. E fechando aos 1.627 votos, somam-se mais 305 de Carimbão Junior que conta com apoio de lideranças religiosas independentes dos grupos políticos locais.
E para finalizar essa rápida avaliação pessoal sobre os resultados destas eleições como termômetro para as municipais em 2020, não poderia deixar de comentar sobre o desempenho das demais lideranças de oposição, como do ex-candidato a prefeito Madson Paulino e do vereador Cicinho que viram cair em quase 200 votos da última eleição para esta a votação do Deputado Estadual Ronaldo Medeiros que tirou apenas 453 votos e que inclusive, assim como Edval Gaia candidato mais votado do governo, perderam a eleição. Menciono ainda a votação do Deputado Marcelo Victor com 305 votos apoiado pelo ex-vereador Luciano Malta, da candidata Jó Pereira que apoiada pela líder comunitária Dona Lia do Povoado Areias obteve 88 votos, de Jairzinho Lira com 99 votos que contou com o apoio do ex-secretário municipal de agricultura Salustiano Santos, dos 158 votos de Randersom Pessoa conquistados através da liderança do ex-vereador Tonho prefeitinho e de André Monteiro que com 119 votos representou a luta do amigo Junior Leôncio que detém grande apreço dos agricultores canapienses que graças ao seu trabalho de base prestando assistência técnica rural e desenvolvendo programas de geração de renda, foi significativo no combate a pobreza extrema que ainda afeta boa parte dos lares canapienses. E por fim, o meu amigo Duda Onça que com a cara e a coragem e a ajuda de poucos amigos, mesmo sem o mínimo de recursos para bancar a logística de uma campanha estadual, ainda sim conseguiu ficar entre os 10 candidatos mais votados do município com 183 votos e 354 no geral, ficando a frente inclusive de vários candidatos apoiados por lideranças locais do governo e da oposição, inclusive de um vereador aliado do atual gestor que transferiu apenas 118 votos para o deputado estadual Antônio Albuquerque.

TOTAL DE ELEITORES APTOS A VOTAR:
 13.116 Fonte: TSE – Set/2018

VOTOS VÁLIDOS: 8.733
ABSTENÇÃO: 3.770
VOTOS NULOS: 340
VOTOS BRANCOS: 273

GOVERNO:
(Prefeito, Zé Hermes, 07 vereadores e correligionários)

Edval Gaia: 1.448
Ivan Beltrão: 1.284
Antônio Alburquerque: 118
Gilvan Barros: 115
Marcelo Beltrão: 114
TOTAL = 3.081

OPOSIÇÃO
(Celso Luiz & Urso Biano/Madson & Cicinho/Luciano Malta/Duda Onça & Amigos/Tonho prefeitinho/Junior Leôncio/Salustiano/Dona Lia)

Fátima Canuto: 1.174
Ronaldo Medeiros: 453
Marcelo Vitor: 305
Duda Onça: 183
Randerson Pessoa: 158
André Monteiro: 119
Jairzinho Lira: 99
Jó Perreira: 88
TOTAL: 2.529

VOTOS DE OPOSIÇÃO E GOVERNO
(Lilia & Agnaldo/Luciano Malta, Saulo Barbosa e Samyr Malta/ Luciano de Vieira/Lideranças religiosas)

Davi Maia: 791
Flávia Cavalcante: 531
Carimbão: 305
TOTAL = 1.627

VOTOS DOS DEMAIS CANDIDATOS ABAIXO DE 80 VOTOS COM OU SEM APOIO DE LIDERANÇAS ATUANTES E POPULAR LIGADAS AO GOVERNO OU A OPOSIÇÃO.
TOTAL = 1.496

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A Redação - 11/01/2017

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