Veja agora com exclusividade parte
dos esclarecimentos que o secretário irá responder no legislativo com relação às
denuncias dos vereadores e as investigações do CRM/AL em desfavor da ONG Olhar
pelo próximo que em parceria com a secretaria a qual é gestor também atuou no
município.
Por: Redação
Crédito: CA
Mais uma vez os problemas que
envolvem a gestão da saúde pública municipal foi pauta na Câmara de Vereadores
na manhã desta terça-feira (07) durante mais uma sessão ordinária da casa.
De acordo com os vereadores de
oposição, a população canapiense, principalmente da zona rural tem sofrido com
a falta de atendimento médico, devido à ausência de atuação das equipes do PSF –
Programa de Saúde da Família, a exemplo do posto de saúde do povoado Capiá da
Igrejinha onde segundo o vereador Agnaldo (PSD) se encontra fechado desde o
início de governo da atual gestão, fato confirmado pelo vereador Cícero Luciano
(DEM) que integra a base aliada do governo na Câmara.
Ainda segundo o vereador
denunciante que usou a tribuna da Câmara para proferir seu pronunciamento, o
problema é ainda mais agravante tendo em vista que também falta transporte e
ambulância no povoado para socorrer os munícipes, obrigando tanto ele, quando o
vereador Cícero Luciano que reside no povoado, a dá assistência particular aos
moradores da comunidade, que na prática, acaba os transformando em uma espécie
de “sub-prefeitos de povoados” que em pleno século XXI os obriga a fazer de
suas atribuições e funções legislativas algo secundário, atuando inclusive de
forma irregular, uma vez que, vereador não tem obrigação e muito menos “condições
financeiras” de custear o transporte de pacientes ao posto de saúde local e
muito menos aos hospitais regionais do estado.
“Para que vocês tenham idéia já cheguei a gastar 2 mil reais/mês apenas
com combustível do meu carro transportando pacientes entre a cidade e os
hospitais da região, isso sem falar na manutenção do veículo, e olhe, que o motorista
do meu carro quem ajuda a pagar é a própria comunidade. E o pior que, hoje
mesmo uma moradora da comunidade se deslocou até o posto de saúde aqui da
cidade e teve que voltar porque não tinha médico” – Disse o vereador.
As denuncias da oposição ganharam
“coro” inclusive dos vereadores da própria situação, com exceção do vereador
Junior Mulungu (PHS) que não registrou presença na casa. E o resultado final
foi à aprovação de um requerimento convidando o Secretário de Saúde do Município
José Rosalvo (DEDA) a prestar esclarecimentos na próxima sessão ordinária do
legislativo municipal.
Objetivando antecipar a população
canapiense os esclarecimentos que serão prestados pelo Secretário de Saúde na
Câmara Municipal, entramos em contato com o mesmo que de forma bastante gentil,
demonstrou total disponibilidade, não deixando em momento algum de responder
nenhum dos nossos questionamentos, a começar pelo ponto mais polêmico sobre as
denuncias levantadas na Câmara a respeito dos postos de saúde dos povoados
Carié e Capiá, fechados desde o início da atual gestão municipal. De acordo com
o secretário, isso se deve pela falta do profissional médico na equipe do PSF
que atende os dois povoados, uma vez que este profissional trata-se de um
médico Cubano que ainda não chegou ao Brasil devido a problemas no repasse da
contra-partida do pagamento dos médicos ao governo Cubano que por consequência disso,
após o término do contrato da médica que atuava no PSF em questão ainda na
gestão passada, acabou bloqueando a vinda de outro profissional para o município,
fato que impossibilitou a secretaria de realizar qualquer tipo de atendimento
nesses postos de saúde sem o profissional médico, porém, como a situação carece
de medidas emergenciais, o secretário disse que estaria se reunindo nesta
quarta-feira (08) com o coordenador do Mais Médicos a nível de Ministério para
tentar agilizar a vinda do médico ao Brasil, ao tempo em que se comprometeu a
enviar uma enfermeira para atendimento dos pré-natais puericultura e a contratar
um médico para a equipe caso a vinda do profissional cubano demore mais que 30
dias, de modo que, a área que abrange os dois povoados não fique descoberta.
Já com relação aos demais PSFs que abrangem
todo o restante da Zona Rural, o secretário disse desconhecer qualquer tipo de
problema que envolva a falta de atendimento nas demais comunidades, pois segundo
ele, as equipes vêm atuando normalmente, equipe estas formadas pelos seguintes
profissionais: (01 Médico, 01 Enfermeiro, 01 Técnico e 01 ACS – Agente Comunitário
de Saúde).
Ainda segundo o secretário, também
nesta quarta-feira (08) começaram os atendimentos da junta médica do IPREV
composta por 02 Médicos do trabalho e 01 Clínico geral, além de uma
Dermatologista contratada pela secretaria. Na segunda-feira (13) iniciam os
atendimentos de Ginecologia e Obstetrícia e na quarta-feira (15) haverá atendimento
com o cardiologista. Por fim, segue em processo de contratação os profissionais
especializados em Pediatria, Odontologia, Geriatria, ortopedia e ultrassonografia.
Sobre a falta de transportes de
atendimento a saúde incluindo as ambulâncias, o secretário foi bastante enfático
ao afirmar que receberam a frota de veículos do município totalmente sucateada,
mas que no entanto, mesmo nestas condições, nenhum paciente tem deixado de ser
atendido e socorrido quando necessário e muito menos deixado de fazer suas
sessões de tratamento fora do município, tendo em vista que a secretaria também
está trabalhando com veículos fretados enquanto aguarda todo o tramite
licitatório para a compra de veículos novos.
Sobre a ONG Olhar
pelo próximo
Após as denuncias que foram
destaque em toda a imprensa alagoana sobre supostas irregularidades cometidas
pela ONG Olhar pelo próximo a partir
das investigações abertas pelo CRM/AL, a sociedade canapiense ficou bastante
apreensiva quanto à possibilidade de um suposto “calote” para com os pacientes
que compraram os óculos indicados pelos oftalmologistas da ONG, bem como sobre “possíveis
riscos” decorrentes de procedimentos irregulares que pode ter sido adotado para
realização dos exames oftalmológicos. Contudo, de acordo com o secretário,
antes mesmo de aceitar a parceria com a ONG, o mesmo fez questão de checar a
legalidade da constituição da mesma, inclusive seu estatuto e os diplomas e CRMs
de todos os profissionais que nela trabalham, e na sua avaliação não encontrou
nenhuma irregularidade, porém, o que lhe deixou perplexo ao tomar conhecimento
da denuncia feita pelo CRM, foi o fato segundo ele, de ter sido o próprio
presidente do CRM/AL que concedeu a anuência para que os profissionais atuassem
no estado, já que trata-se de uma ONG do estado de Goiás.
“Se houve “golpe” o próprio presidente do CRM foi conivente, pois desconheço
a base pela qual esta denuncia foi feita, inclusive, os responsáveis pela ONG
já acionaram a justiça e agora não serão mais eles que deverão provar que a ONG
é verdadeira e que eles são médicos de verdade, mas o presidente do CRM/AL que
terá que provar que a ONG é falsa e os médicos não são médicos” – Desabafou
o secretário que saiu em defesa da ONG.
Compromisso
Dado os esclarecimentos com
relação às denuncias apresentadas, o secretário finalizou sua fala assumindo o compromisso
de não medir esforços para que a saúde em Canapi funcione como manda a lei e o
povo merece, com atendimento digno e acima de tudo humanizado, se colocando sempre
a disposição da imprensa e principalmente da população canapiense que no que
depender do seu empenho, jamais terá seu sagrado direito a saúde violado.
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A Redação - 11/01/2017