Confira na íntegra como se deu todo o processo de elaboração, execução e resultados esperados do projeto idealizado pelos professores; Luiz Vieira e Eronides Junior na Escola Ananete Cavalcante Gomes.
1. RESUMO
Xadrez é um jogo de
tabuleiro de natureza recreativa e competitiva, ele é um jogo dos mais
populares do mundo, e praticado por milhões de pessoas em torneios (amadores e
profissionais), clubes, escolas, e pela internet. Existem estimativas que cerca
de 600 milhões de pessoas em todo mundo que sabem jogar xadrez e destas, 7,5
milhões são filiadas a uma das federações nacionais que existem em 160 países,
tendo à maior e mais antiga federação esportiva do mundo. Características da
arte e da ciência são encontradas nas composições enxadrísticas e em sua teoria
que abrange aberturas, meio-jogo e
finais, as frases em que subdividem o transcorrer do jogo. Na terminologia
enxadrística os jogadores de xadrez são conhecidos como enxadristas.
O xadrez, por ser
um jogo de estratégia e tática, não envolve o elemento sorte. A única coisa
exceção, nesse caso, é o sorteio das cores no início do jogo, já que a cor
branca faz o primeiro movimento e teriam, em tese, uma pequena vantagem por
isso.
O “Projeto Xadrez
na sala de aula” em tese trabalha todos estes aspectos, visando propiciar um
desenvolvimento mental e social do estudante.
2.
APRESENTAÇÃO
Nas
últimas décadas têm se estabelecido um consenso cada vez maior, na área
educacional, de que o objetivo primeiro da educação é a formação de um cidadão
consciente, independente e solidário. Os documentos oficiais produzidos, como
os PCNs e a LDB, têm bem expressos estes objetivos. Um indivíduo que seja
capaz, a partir do conhecimento acumulado, interferir na sua comunidade de
forma positiva, influenciando em decisões que permitam que a vida comum seja
sempre permeada pelo respeito ao próximo, pela tolerância para com as
diferenças, pelo sentimento de justiça, pelo ímpeto de cooperar e, ao mesmo
tempo, pelo crescimento das possibilidades individuais de cada um. Para atingir
este objetivo é vital realizar uma escolha correta dos conteúdos escolares
necessários em cada área de conhecimento ou disciplina.
Hoje,
tão importante quanto aprender é o aprender a aprender, tornando-se um bom
aprendiz para toda a vida, visto que as mudanças acontecem com velocidades
crescentes exigindo indivíduos preparados para lidar e enfrentá-las. Mudanças
impulsionadas pela tecnologia da informação e seus avanços que acabam por
imprimir novos enfoques e pontos de vista relativos à natureza e à sociedade em
que vivemos. Preparar-se para as mudanças que estão acontecendo e que irão
acontecer com velocidade cada vez mais alta, desenvolvendo as habilidades de
aprendizagem de cada um, é a primeira tarefa dos educadores preocupados de fato
com o futuro de seus educandos.
Neste
tornado tecnológico a capacidade de pensar e de refletir de forma madura e
independente, de julgar e de decidir, tem a sua própria velocidade que é
determinada pelo homem e seu cérebro, e esta capacidade é a principal
ferramenta de cada um de nós para sobrevivermos neste mundo tecnológico.
A
educação formal deve de alguma forma estabelecer pontes entre o conhecimento
científico e o nosso cotidiano, contextualizar este conhecimento significa
exatamente mostrar a sua utilidade e a sua aplicabilidade concreta que vai
muito além de justificativas abstratas e distantes. Obviamente, não significa
uma rendição a um pragmatismo restrito e utilitarista, mas a constatação de que
somente aquilo que faz sentido e que ajuda a diminuir o “sofrimento humano”
pode ser estimulante no processo de aprendizagem. O conhecimento que se aprende
deve poder ser útil para a tarefa diária de resolver problemas.
O
xadrez em certo sentido é contrário à rapidez contemporânea imposta pela
globalização e pela tecnologia da informação na nossa sociedade tão marcada
pela cultura do consumo rápido e irrefletido. Mas aprender a jogar xadrez pode
de fato permitir a construção de um indivíduo que não vai ser “esmagado” pela
avalanche de informações e de mudanças dos nossos dias. Na verdade, jogos de
estratégia, pelo fato de terem uma velocidade própria, são perfeitos para
desenvolverem a capacidade crítica de análise dos próprios atos e da realidade
que nos cerca. Ser bom aprendiz de xadrez é também ter personalidade própria e
aprender a tomar decisões conscientes das suas consequências. O jogo é uma
necessidade básica da nossa constituição, um comportamento primário de nossa
espécie humana e isto também revela a importância do uso de jogos de estratégia
nas escolas.
O
xadrez caracteriza-se como sendo mais um método que um conteúdo, uma
metodologia alternativa, na construção de um caráter emancipador, capaz de
potencializar o aprendiz de forma a investir-lhe de força, relacionada a sua
capacidade de análise e de, a partir da realidade e condições existentes,
prever acontecimentos e traçar caminhos que permitam atingir certos objetivos.
A
seriedade com que as crianças passam a se dedicar ao xadrez, permite que elas
lidem melhor com os seus sentimentos de ansiedade, de raiva, e de frustração. A
derrota, quando acontece, é racionalizada, e o desafio torna-se vencer de certa
forma a si mesmo, superando-se no futuro. A competição é parte da vida, ainda
mais de nossa sociedade capitalista, e uma boa parcela de energia da
agressividade é sublimada em um jogo de xadrez para transformar-se em reflexão
e raciocínio estratégicos. Uma partida é a sua maneira uma construção
artística, pois demanda um processo criativo, com considerações estéticas: cada
partida é uma reinvenção do jogo de xadrez.
Assim
como na matemática, a simplicidade, associada ao antigo principio conhecido
como “navalha de Occam”, é um valor importante no xadrez, pois dentre dois
movimentos com os mesmos objetivos, quanto maiores forem os condicionantes
existentes, mais improvável será o desenrolar imaginado para os próximos lances
de uma partida. Da mesma maneira, a separação e a classificação entre o que é
relevante e o que é superficial, uma característica do jogo é a base também do
método experimental: nos experimentos tenta-se sempre isolar as variáveis
relevantes daquelas que não influenciam no fenômeno estudado. O trabalho de
investigação e de observação, intrínseco da visão científica de mundo são
vitais para o bom jogador de xadrez.
3.
JUSTIFICATIVA
Considerando que a
maioria dos professores de Educação Física, Matemática, Português e outras
disciplinas, preferem dar ênfase a algumas estratégias rotineiras de apenso aprendizagem,
deixando de lado o xadrez, onde o mesmo é um esporte de ordem intelectual, que
objetiva proporcionar um desenvolvimento mental e social, possibilitando a
resolução dos problemas do dia-a-dia. Levando-se em consideração o fato
dos professores terem a dificuldade de trabalharem a modalidade devido a grande
quantidade de alunos por turma e fazendo apenas uma pequena passagem pelo
xadrez e até mesmo deixando de lado, fazendo com que futuramente estes não
tenham que aprender ou praticar este jogo, podendo se tornar inferior aos
que o praticam desde a infância. Portanto, sendo o xadrez uma atividade
esportiva, a mesma possibilita à criança o auxílio do seu desenvolvimento tanto
intelectual como motor e social. Com isso, pretendemos com este projeto,
mostrar aos professores e interessados, que o xadrez não seria apenas um jogo
comum, mas sim um método de firmamento intelectual e social do desenvolvimento
humano, contribuindo assim, no aprendizado.
4. OBJETIVO
GERAL
Demonstrar de forma
teórica e prática a importância do xadrez no ensino fundamental 1, podendo
proporcionar um melhor aprendizado em relação às outras disciplinas e até
mesmo na aplicação da atividade motora e que diante de difíceis situações,
aprendem a poder tomar suas próprias decisões.
5. OBJETIVOS
ESPECÍFICOS
1)
Ensinar a história, fundamentos e regras do jogo;
2) Observar durante as aulas de xadrez, a influência do mesmo sobre o desenvolvimento
dos educandos, em conceitos como: atenção e concentração, imaginação e
antecipação, memória, paciência e autocontrole, criatividade, inteligência,
entre outros;
3)
Inserir os educandos em competições estudantis a principio dentro da
Escola, de forma a utilizar o aspecto de socialização do xadrez.
6.
MATERIAIS E MÉTODOS
A ação deve obedecer
a uma seqüência, para que os resultados sejam eficientes. A seqüência utilizada
será a seguinte:
1) Fazer um levantamento junto a escola do material disponível para aplicação do projeto, tabuleiros e peças. Caso não existam, ver a possibilidade de aquisição dos mesmos pela escola ou por parceiros que doem ou emprestem o material para implantação do projeto;
2) Selecionar os educandos ou turmas a serem atendidos pelo projeto;
3) Ensinar através de projeção de imagens um pouco sobre a história e evolução do xadrez, assim como, a prática dos primeiros passos e movimentos das peças;
4) Inserir o tabuleiro e as peças gradualmente, para que os educandos vão reconhecendo os movimentos de cada peça, com jogos específicos utilizando, aos poucos a inserção das peças, para que desta forma possam ser gravados os movimentos específicos de cada uma;
5) Ensinar as regras do xadrez e jogadas;
6) Fazer competições internas, dentro da sala de aula, e inseri-los em competições externas, promovendo torneios abertos na escola, e levando os educandos a participar de competições locais caso venha a acontecer. Para que possam melhorar o seu convívio social e até mesmo os educandos possam viajar diante de possíveis possibilidades, fazendo excursões a locais que tenham aspectos de acordo com o projeto, já que muitos deles, por ser de regiões carentes de nosso município, não possuem recursos para isso.
7. PÚBLICO
ALVO
Educandos
da rede municipal de ensino, das seguintes turmas:
1) 4º ano/ responsável Professor Eronides Junior.
2) 5º ano/ responsável Professor Luiz Vieira.
3) Para todos os alunos interessados do turno matutino ou inverso ao das turmas em destaque.
9.
RESULTADOS ESPERADOS
Com este projeto os
professores em destaque juntamente com a Escola Municipal Ananete, tem
interesse em incentivar e despertar a vontade pelo ensino e a prática do Xadrez
na escola, por acreditar que essa atividade extracurricular contribui no
desenvolvimento da inteligência, do raciocínio lógico, e das emoções dos seus
praticantes, oportunizando assim possibilidades de êxito pessoal, acadêmico e
profissional. O xadrez mostra também que por ser um jogo de estratégia, coloca
a criança em difíceis situações e que as estimula a criar, imaginar e atuar
como um indivíduo capacitado para solucioná-las.
10.
RESULTADOS ALCANÇADOS
Antes da inserção do xadrez nas referidas turmas, percebia-se, alunos indisciplinados,
desatentos, desestimulados sem interesse algum para buscar a aprendizagem.Ressaltando que na turma de 5º ano 50% da turma era de “ANALFABETOS À SEMIANALFABETOS”, a partir do uso do xadrez os alunos
mostraram entusiasmo e o percentual
negativo diminuiu para 10%, por tanto, o xadrez é mais uma ferramenta que deve
ser usada em sala de aula, desde, que tenha comprometimento e responsabilidade por
parte do educando e principalmente do educador.
10.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
BRASIL. (1996.) Parâmetros Curriculares Nacionais:
Ministério da Educação;
BRASIL. Lei de Diretrizes e Bases da Educação
Nacional Nº 9394. 20/12/1996;
FERNANDEZ, Alicia. (1990.) A Inteligência
Aprisionada. Porto Alegre: Artes Médicas;
FONTARNAU, A. S. (2003.) O ensino de xadrez na
escola. Porto Alegre: Artmed, GIRONA, P. C. (2003.) Iniciação ao xadrez para
crianças. Porto Alegre: Artmed;
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A Redação - 11/01/2017