Uma história real que aconteceu anos atrás, mas que
continua mais atual do que nunca a revelar uma triste realidade da educação
pública deste país, eterno refém do poder manipulador da corrupção.
Por: Marcio Martins
Crédito:
Montagem/Google Imagens
Certa vez quando fazia parte do Conselho Municipal do FUNDEB
discutíamos o valor do rateio que os professores deveriam receber ao final do
ano, tendo em vista as sobras nos cofres do município decorrente do fundo, o
que pelas nossas contas daria algo em torno de Cinco mil reais, valor bem
acima dos Dois mil propostos pelo governante da época. A discussão fluía
tranquilamente até que a presidente do conselho que era diretora nomeada pelo gestor
municipal e que ate aquele momento não havia se pronunciado, se levantou e
encerrando a reunião disse: "Tanto faz se o prefeito pagar 5 ou 2
mil reais. Nunca se pagou rateio nesse município mesmo, portanto, o que vier é
lucro".
Não consegui ouvir aquele absurdo calado, disse a ela que o
prefeito iria pagar os cinco mil porque era um direito de todos os professores,
mas quando ela, que também é professora, fosse ao banco receber, avisasse ao
maior número de pessoas possível, pois só assim, teria a certeza que mais tarde
algum ladrão iria lhe visitar, mas esse seria um ladrão bom, que dos Cinco mil
roubaria apenas três e deixaria os mesmos dois que o prefeito se dependesse da
vontade da mesma pagaria. Feito isso, ao invés de denunciar o ladrão, deveria
lhe agradecer e fazer uma festa em sua homenagem, afinal nunca houve um ladrão
que vendo 5 mil em sua frente roubasse apenas 3 e deixasse 2 para a
vítima.
Ao ouvir meu desabafo, disse ela: Há, mas nesse caso é
diferente! Nisso, retruquei:
Por que?
Porque um usava havaianas e o outro terno e gravata?
Sei que é triste ouvir coisas deste tipo da boca de uma
educadora que deveria dar exemplo a seus pares e principalmente a seus educandos.
Mas fazer o que? "Quando eu perder a capacidade de
indignar-me ante a hipocrisia e as injustiças deste mundo, enterre-me: Por
certo que já estou morto" (Augusto
Branco)
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A Redação - 11/01/2017