Aproximadamente há quatro horas da capital Maceió, no sertão alagoano, e
distante 14 km, em estrada de barro, da BR 316, está situado o
município de Canapi. Poderia ser apenas mais uma cidade, não fosse o
visível
interesse
pelas capacitações e orientações empresariais. Antes mesmo do evento de
lançamento do Programa Sebrae nos Territórios da Cidadania, nessa
quarta-feira (15), mais de 200 pessoas já estavam inscritas nos cursos e
clínicas tecnológicas.
“Ao estacionar o ônibus da Ação Empreendedora, fomos abordados por
donos de pequenos negócios que deixaram sua lojinha e foram conferir a
presença do Sebrae na cidade, alegando que se o Sebrae estava aqui é
porque vinha coisa boa. E isso nos comove e motiva a trabalhar
intensamente pelos territórios”, registra Valéria Rijo, assistente da
Unidade de Desenvolvimento Territorial do Sebrae Alagoas.
Deixando ainda mais verídica a afirmação de que o sertanejo é, antes de
tudo, um forte, e, mais que isso, tem como instinto o espírito
empreendedor, tomemos o exemplo do senhor José Edvan Medeiros, um
canapiense que, aos 18 anos, começou a utilizar o
presente do seu pai, uma van, para transportar pessoas e mercadorias.
Sua ideia cresceu e o negócio ganhou forma, servindo como estímulo para
que outras empresas surgissem em Canapi. Um depósito para
venda
de passagens se transformou em loja de ração e equipamentos para o
campo; e a necessidade de um ponto de apoio para seus passageiros fez
surgir uma churrascaria e uma pousada, que emprega 12 funcionários da
região e recebe visitantes de todas as cidades. Além disso, atualmente,
ainda possui quatro ônibus para fretamento e excursões pelo Brasil.
“Fiz tudo por conta própria. Não permitia me sentir desocupado, e o
município precisava de tudo isso”, revela José Edvan, que faz parte das
estatísticas de 128 pequenos negócios de Canapi, enquadrado como uma
microempresa.
A cidade registra ainda 10 grandes empreendimentos e apenas 22
Empreendedores Individuais. Para Carl Broad, analista da Unidade de
Atendimento
Individual do Sebrae Alagoas, essa é uma realidade que precisa ser
melhorada. “Muitos empresários de Canapi contrataram um contador e
abriram uma ME, quando, na verdade, enquadram-se perfeitamente numa
categoria de EI, mas falta informação”, alega Carl.
Foi o que aconteceu com Jeane Lima, proprietária do Salão Requint. “Sou
formalizada desde 2004, mas nunca soube que existia essa forma de
empreendedor individual. Sempre fiz tudo com o contador. A vinda do
Sebrae foi uma bênção. Agora, pretendo ir em busca de mais conhecimento,
algo tão carente na nossa região”, confessa Jeane.
Assim como a dona do salão de beleza, outros empresários se encontram
na mesma situação. Com o salão, Jeane fatura em média R$ 2,5 mil ao mês,
possui apenas uma funcionária e não tem sócios. Na classificação de
microempresa, ela desembolsa mensalmente R$ 350, aproximadamente.
Somente de honorários do contador é mais de R$ 90, e de Previdência
Social, R$ 108.
Os consultores do Sebrae explicam que se estivesse respondendo como
empreendedora individual, Jeane gastaria apenas R$ 37,10. “Com certeza
irei me informar e no próximo ano vou mudar de enquadramento. Quero
pegar o que eu gastava e investir em mim e no meu negócio”, constata.
Ação Empreendedora
Com o intuito de levar informação e qualificação aos empresários de
Canapi, o Programa Sebrae nos Territórios da Cidadania vai realizar, até
sexta-feira (17), os cursos Atendimento ao Cliente, Como Reduzir a
Inadimplência, Marketing Pessoal e Profissional, Gestão Visual de Lojas e
as oficinas do Sebrae Empreendedor Individual, SEI Planejar e SEI
Vender.
Além disso, estão programadas 10 clínicas tecnológicas de Boas Práticas
de Segurança Alimentar (BPSA) para empreendedores individuais,
priorizando os conceitos de manipulação, higiene e segurança alimentar.
“É gratificante ver a participação de todos, apesar do município ser
isolado. Um evento desse vem mostrar que a Constituição Federal se
cumpre, e Canapi também é Brasil”, comemora a secretária de assistência
social, Jane Oliveira.
O Programa Territórios da Cidadania, do Governo Federal, em sete anos,
reduziu a pobreza no país de 12% para 4,8%, principalmente, com a
intensificação de atividades na zona rural. “Esperamos trazer
oportunidades para essa população carente de informações. Porque vontade
e interesse eles têm, e o Sebrae está aqui para mostrar como dar o
primeiro passo”, finaliza Carl Broad.
cidadao canapiense, canapi ta evoluindo que bom ne que o sebrae ta dando um curso pra os comerciantes de canapi mais conheciento e esperiencia.
ResponderExcluirparabens a esse empresario canapiense,o sertao precisa de iniciativas como esta,parabens ao blog tambem por promover esse tipo de materia,é disso que o povo precisa,auto estima para vencer as dificuldades que ai no sertao si encontram.
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