quarta-feira, 15 de fevereiro de 2017

Encontro do ex-prefeito Zé Hermes e seu filho com o Senador Fernando Collor faz relembrar a suposta “tomada de partido” que inviabilizou a candidatura de Vavá Mariano em 2012.

A época com quase 70% de aprovação segundo sua assessoria, o ex-prefeito não conseguiu eleger seu sucessor, uma vez que substituiu pelo sogro aquele que liderava todas as pesquisas feitas até então, mesmo sabendo que a legislação eleitoral veda a possibilidade de um terceiro mandato consecutivo na mesma família.

Por: Marcio Martins
Crédito: Ascom/PMC

Com quase 70% de aprovação, segundo dados de sua assessoria em 2012 quanto estava em seu segundo mandato no comando do município, o ex-prefeito Zé Hermes (que recentemente conseguiu voltar ao poder através da eleição do seu filho Vinicius Mariano), seguia tranquilo quanto à eleição do seu sucessor naquele ano, afinal de contas, seu escolhido, o ex-secretário de transportes Vavá Mariano liderava todas as pesquisas de intenção de votos, seguido do ex-deputado estadual Celso Luiz então candidato de oposição.

Até que num “belo dia” ou “trágico dia” assim considerado pelo então grupo político que comandava o município, “a casa caiu”, ou pelo menos, assim fizeram a população acreditar, afinal de contas, segundo o ex-prefeito Zé Hermes e seus aliados, Celso Luiz juntamente com o Senador Fernando Collor teriam dado um “golpe” em seu grupo político e tomado o partido (PTB) ao qual Vavá Mariano e pelo menos quatro vereadores de mandato eram filiados, passando a presidência e diretoria do partido para aliados políticos de Celso Luiz. Fato, que resultou no impedimento da candidatura de Vavá Mariano a prefeito, o qual dias depois, seria “estranhamente” substituído pelo irmão e ex-prefeito José Mariano, que a época, era sogro do atual prefeito, e, portanto, impedido pela legislação eleitoral de disputar a sucessão do genro, haja visto que em caso de vitória nas urnas, configuraria um terceiro mandato dentro da mesma família. Contudo, mesmo sabendo do impedimento do sogro, Zé Hermes insistiu com sua candidatura, enganando a população até a véspera da eleição quando finalmente a verdade veio à tona e Zé Mariano foi substituído por sua neta Larissa Mariano, que por sinal, se tratava de uma completa desconhecida da população, pois não residia no município.

Pois bem; sem a definição durante a campanha de uma candidatura sólida e confiável, Zé Hermes literalmente entregou a prefeitura de “mãos beijadas” ao ex-deputado Celso Luiz, ou melhor, a seu padrinho político que o projetou na política canapiense, primeiro como vice-prefeito de sua mãe Rita Tenório e 04 anos depois na condição prefeito em substituição a mesma.

Mas como não é da aliança política que supostamente ainda possa existir entre Zé Hermes e Celso Luiz que de fato interessa nesta matéria, mas sim, sobre a certeza do quanto à política, ou melhor, a politicagem que impera em Canapi pode ser “suja e rasteira” afinal de contas, o mesmo que acusou Celso Luiz de ter lhe golpeado ao se unir ao Senador Fernando Collor então presidente estadual do (PTB) e tomar o diretório municipal do seu partido. Quatro anos depois, protagonizou o mesmo “golpe” ao convencer o então vice-governador José Thomás Nono – (presidente do DEM) a entregar a seu domínio o diretório municipal do partido que por quase 15 anos foi  presidido pelo ex-vereador Tonho prefeitinho. Mas a ganância pelo Democratas tinha um propósito, haja visto que consequentemente foi pelo partido “tomado” que Zé Hermes lançou seu filho candidato e o conseguiu eleger prefeito.

Agora se parássemos essa “bizarra” história por aqui já nos serviria para uma profunda reflexão sobre a que estão dispostos nossos representantes políticos para chegar ao poder, no entanto, esta reflexão se tornará ainda mais profunda, em decorrência de um fato no mínimo “curioso” ocorrido esta semana em Brasília-DF durante visita do prefeito Vinicius Mariano e seu pai aos gabinetes de ministros e parlamentares alagoanos em busca, segundo eles, de recursos para o município, o que até ai, trata-se de algo extremamente positivo para atual gestão municipal. Mas acontece que, uma foto publicada pela assessoria do prefeito em que o mesmo aparece ao lado do pai e do senador Fernando Collor, “roubou a cena”, principalmente no tocante a uma citação da legenda nela incorporada onde diz claramente que o prefeito ao lado do pai, pediu ao senador que em suas emendas lembrasse de Canapi.

Mas alguém pode dizer: Ora! Mas se o assunto é a necessidade do município, porque eles deveriam guardar mágoas e orgulho ao ponto de não recorrer a beneficio dos canapienses junto ao senador já que é obrigação dele?

Bom! Isso é verdade, pois se é pelo bem do município e seus munícipes o político não pode escolher a quem recorrer, contudo, negar que essa aproximação não gera dúvidas sobre o tal golpe atribuído ao senador e ao ex-prefeito Celso Luiz é no mínimo muita inocência do eleitor, até porque, imaginar que em política, velhos aliados se tornam inimigos, ou mesmo que na eleição subsequente a qual se atacavam, não há possibilidades de voltarem a ocupar o mesmo palanque é negar a realidade. Até porque, a história política do nosso município está repleta de episódios desta natureza. Ou será que alguém duvida disso?

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A Redação - 11/01/2017

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