A
época com quase 70% de aprovação segundo sua assessoria, o ex-prefeito não
conseguiu eleger seu sucessor, uma vez que substituiu pelo sogro aquele que
liderava todas as pesquisas feitas até então, mesmo sabendo que a legislação
eleitoral veda a possibilidade de um terceiro mandato consecutivo na mesma
família.
Por:
Marcio Martins
Crédito:
Ascom/PMC
Com
quase 70% de aprovação, segundo dados de sua assessoria em 2012 quanto estava
em seu segundo mandato no comando do município, o ex-prefeito Zé Hermes (que
recentemente conseguiu voltar ao poder através da eleição do seu filho Vinicius
Mariano), seguia tranquilo quanto à eleição do seu sucessor naquele ano, afinal
de contas, seu escolhido, o ex-secretário de transportes Vavá Mariano liderava
todas as pesquisas de intenção de votos, seguido do ex-deputado estadual Celso
Luiz então candidato de oposição.
Até
que num “belo dia” ou “trágico dia” assim considerado pelo então grupo político
que comandava o município, “a casa caiu”, ou pelo menos, assim fizeram a
população acreditar, afinal de contas, segundo o ex-prefeito Zé Hermes e seus
aliados, Celso Luiz juntamente com o Senador Fernando Collor teriam dado um “golpe”
em seu grupo político e tomado o partido (PTB) ao qual Vavá Mariano e pelo
menos quatro vereadores de mandato eram filiados, passando a presidência e
diretoria do partido para aliados políticos de Celso Luiz. Fato, que resultou
no impedimento da candidatura de Vavá Mariano a prefeito, o qual dias depois,
seria “estranhamente” substituído pelo irmão e ex-prefeito José Mariano, que a
época, era sogro do atual prefeito, e, portanto, impedido pela legislação
eleitoral de disputar a sucessão do genro, haja visto que em caso de vitória
nas urnas, configuraria um terceiro mandato dentro da mesma família. Contudo,
mesmo sabendo do impedimento do sogro, Zé Hermes insistiu com sua candidatura, enganando
a população até a véspera da eleição quando finalmente a verdade veio à tona e Zé
Mariano foi substituído por sua neta Larissa Mariano, que por sinal, se tratava
de uma completa desconhecida da população, pois não residia no município.
Pois
bem; sem a definição durante a campanha de uma candidatura sólida e confiável,
Zé Hermes literalmente entregou a prefeitura de “mãos beijadas” ao ex-deputado
Celso Luiz, ou melhor, a seu padrinho político que o projetou na política
canapiense, primeiro como vice-prefeito de sua mãe Rita Tenório e 04 anos depois
na condição prefeito em substituição a mesma.
Mas
como não é da aliança política que supostamente ainda possa existir entre Zé Hermes
e Celso Luiz que de fato interessa nesta matéria, mas sim, sobre a certeza do
quanto à política, ou melhor, a politicagem que impera em Canapi pode ser “suja
e rasteira” afinal de contas, o mesmo que acusou Celso Luiz de ter lhe golpeado
ao se unir ao Senador Fernando Collor então presidente estadual do (PTB) e
tomar o diretório municipal do seu partido. Quatro anos depois, protagonizou o
mesmo “golpe” ao convencer o então vice-governador José Thomás Nono – (presidente
do DEM) a entregar a seu domínio o diretório municipal do partido que por quase
15 anos foi presidido pelo ex-vereador
Tonho prefeitinho. Mas a ganância pelo Democratas tinha um propósito, haja
visto que consequentemente foi pelo partido “tomado” que Zé Hermes lançou seu
filho candidato e o conseguiu eleger prefeito.
Agora
se parássemos essa “bizarra” história por aqui já nos serviria para uma
profunda reflexão sobre a que estão dispostos nossos representantes políticos
para chegar ao poder, no entanto, esta reflexão se tornará ainda mais profunda,
em decorrência de um fato no mínimo “curioso” ocorrido esta semana em
Brasília-DF durante visita do prefeito Vinicius Mariano e seu pai aos gabinetes
de ministros e parlamentares alagoanos em busca, segundo eles, de recursos para
o município, o que até ai, trata-se de algo extremamente positivo para atual
gestão municipal. Mas acontece que, uma foto publicada pela assessoria do prefeito
em que o mesmo aparece ao lado do pai e do senador Fernando Collor, “roubou a
cena”, principalmente no tocante a uma citação da legenda nela incorporada onde
diz claramente que o prefeito ao lado do pai, pediu ao senador que em suas
emendas lembrasse de Canapi.
Mas
alguém pode dizer: Ora! Mas se o assunto é a necessidade do município, porque
eles deveriam guardar mágoas e orgulho ao ponto de não recorrer a beneficio dos
canapienses junto ao senador já que é obrigação dele?
Bom!
Isso é verdade, pois se é pelo bem do município e seus munícipes o político não
pode escolher a quem recorrer, contudo, negar que essa aproximação não gera
dúvidas sobre o tal golpe atribuído ao senador e ao ex-prefeito Celso Luiz é no
mínimo muita inocência do eleitor, até porque, imaginar que em política, velhos
aliados se tornam inimigos, ou mesmo que na eleição subsequente a qual se
atacavam, não há possibilidades de voltarem a ocupar o mesmo palanque é negar a
realidade. Até porque, a história política do nosso município está repleta de
episódios desta natureza. Ou será que alguém duvida disso?
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A Redação - 11/01/2017