O que acarreta um
forte componente local na política são as eleições municipais. Entretanto, dado
o momento de convulsão social e política que o país atravessa, representarão
também uma mensagem para conhecer por onde caminha a sociedade neste momento e
qual é o peso da luta contra a corrupção na política.
As eleições
municipais desta vez foi também, de certa forma, uma prévia da presidencial de
2018, revelando-nos qual Brasil sai do áspero debate político levado a cabo
desde a última eleição e depois da volta da esquerda à oposição. Será que algo
mudou, ou o Brasil continuará sendo o mesmo?
O resultado das eleições
municipais encerra um ciclo da política nacional em que o PT foi protagonista.
Na capital paulista, este ciclo se iniciou em 1988, com Luiza Erundina; no
Brasil, em 1989, com a disputa entre Collor e Lula. De lá até este início de
outubro — para o bem e para o mal, despertando paixões a favor e contra — o PT
se manteve no centro da cena política. Esse protagonismo acabou.
Responsabilizado – e
responsável — pela brutal crise econômica dos últimos anos, autor de inúmeros
erros na condução administrativa e implicado até a medula com a Operação Lava
Jato – embora não seja o único –, o PT se dilacera vendo o patrimônio político
descer acelerado a ladeira da desgraça.
Ninguém saberá dizer qual será
seu futuro — nem mesmo os petistas, atordoados e destituídos de largos espaços
institucionais; a máquina e até mesmo as bases diminuíram drasticamente. Uma
volta às origens é improvável – o discurso moral já não lhe é permitido; além
disso, o país mudou e os movimentos sociais não são os mesmos.
A vida será dura e a porta dos
fundos será a saída mais rápida para muitos quadros. Restará torcer pelo caos econômico
e a inviabilidade do governo Temer? O partido se esfarelou.
Sabendo disto, no final de
semana da última eleição municipal em 02 de outubro, Lula já começava a
reclamar do desemprego, cobrando Temer. Política é assim: volátil, irônica,
oportunista. Com os futuros prefeitos não será diferente. Pressionados, eles
passarão a bola dos conflitos ao governo federal.
Mas, a política é dinâmica e no
Brasil, dizia Pedro Malan, “até o passado é imprevisível”; há descargas
elétricas às mancheias, a força supersônica da Lava Jato e a questionável
qualidade das tripulações. Em virtude disto, nada pode ser descartado. O dado
concreto, porém, é que espaço aéreo está congestionado e é pouco provável que
não haja algum tipo de colisão no horizonte de céu turbulento.
Até 2018 com as eleições a
nível nacional, lá veremos os rumos reais da politica
brasileira, bem como a analise real dos eleitores, afinal vivemos em um regime
democrático. VIVA A DEMOCRACIA!
Bel. Antônio Fabrício
Félix Netto
Oficial de Justiça do TJ/AL
Pós-Graduado em Gestão
e Politicas Públicas Municipais
FONTES: http://brasil.elpais.com/brasil/2016/09/30/opinion/1475266521_909368.html
http://jota.uol.com.br/sobre-principes-e-leviatas-resultados-e-implicacoes-das-urnas-de-2016
Ótimo texto. Boa análise.
ResponderExcluirVerdade, um ótimo texto. Viva a democracia, mas que democracia? será que existe no Brasil??!!!
ResponderExcluirlegal
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