sexta-feira, 10 de abril de 2015

COLUNA O EDUCADOR - A EDUCAÇÃO BRASILEIRA: SEM PRIORIDADES E DE COSTAS PARA O PRESENTE E FUTURO.

A educação é um processo natural, que se dá com a pessoa natural. Já nascemos aprendendo e sabendo uma infinidade de coisas importantes. A aprendizagem é um fenômeno natural. A educação deve preparar a pessoa para promover a harmonia, a compreensão, a tolerância e a paz na sociedade. A educação não é um produto que se encontra nas prateleiras dos supermercados, mas é a transmissão de culturas e conhecimentos que recebemos e retransmitimos todos os dias.

Educar não é mérito de um único professor ou de uma única escola, mas é o objetivo de todo docente e de toda comunidade escolar. Ninguém escapa da educação. Em casa, na rua, na igreja ou na escola, todos nós envolvemos pedaços da vida com ela. Para aprender, para ensinar, para aprender e ensinar. Para saber, para fazer ou para conviver, todos os dias misturamos a vida com a educação.

A Constituição Brasileira de 1988 estabelece que "educação" é "um direito para todos, um dever do Estado e da família".Todo brasileiro deve estar voltado para a Educação. Este é o princípiodo Papel da Educação. Mas isto é muito relativo.

Os modelos de ensino no Brasil padecem de uma enorme centralização que debilitam as unidades prestadoras do serviço educacional, isto é, as escolas. Mais grave ainda é o fato de que o aparato burocrático educacional não presta contas, senão para si mesmo, dos resultados produzidos, resultados esses que muitas das vezes são fictícios.

O inchamento, a criação de segmentos e de instâncias burocráticas centrais e intermediárias consomem recursos que deveriam estar sendo destinados à melhoria da qualidade das escolas.A Falta de acompanhamento conrelação a expansão institucionais e de uma reorganização que deveria ter, como foco principal de atenção, a organização escolar e as condições mínimas para seu funcionamento fez com que à medida que aumentou o número de escolas, aumentar-se e se diversificassem os controles centrais do sistema de funcionamento de milhares de unidades ensino dificultando um ensino de qualidade devido a falta de investimento nesse setor.

Surge então, o seguinte dilema: a sociedade não tem uma educação pública de qualidade porque esta não é prioridade do poder público. Por outro lado, o poder público não a prioriza porque isso não constitui uma demanda da sociedade e, portanto, não desperta o interesse político. Nesse sentido, é,considerável que a educação está em segundo ou terceiro plano para a sociedade brasileira. É preciso que o Estado evidencie a importância da educação de qualidade como estratégia de combate às problemáticas sociais. Quando isso se tornará realidade? Assim, a histórica falta de prioridade com o ensino público brasileiro e a sua ausência nos planos e propostas dos governantes reflete consequentemente em prejuízos na concepção e “implementação” de políticas públicas eficientes que tragam verdadeiros resultados substanciais à melhoria da qualidade da escola pública de ensino em nosso país.
Vale ressaltar, que vivenciamos um avanço desenfreado na tecnologia, a “sociedade” não tem preparo para administrar determinadas mudanças, é preciso preparar todos para conviver e incorporar os avanços tecnológicos, integrar a sociedade e diminuir a exclusão de amplos setores do mercado de trabalho e de consumo, é para a escola mais um desafio e que a mesma tem que voltar os olhos para essa questão, ainda, analisar a que distância o ensino, nela oferecido, se encontra dessas inovações. Portanto, é necessário criar métodos estratégicos e indispensáveis para dimensionar o esforço no intuito de reverter o quadro e colocá-lo em compasso com o novo padrão de desenvolvimento, assim, a escola não pode e não deve continuar da mesma maneira, usando métodos tradicionais e alheios as novas mudanças.

Por fim, todos esses aspectos evidenciam a atual crise da educação pública básica, uma síntese do despreparo administrativo e do desrespeito histórico do poder público, em especial com a escola pública, o que afeta diretamente o desenvolvimento político, cidadão, ético e intelectual de grande parte da população brasileira, dependente dessa instituição e que por sua vez depende diretamente da qualidade do trabalho do professor. É notório que para compreender a situação da escola pública, é importante dar voz aos professores, conforme constatado nos seus depoimentos. Fica evidente também que não há, efetivamente, na estrutura burocrática do setor educacional, o envolvimento desses gestores governamentais na construção de políticas públicas educacionais, que são geralmente calcadas no histórico autoritarismo do poder público.

Desta forma, o professor não participa das tomadas de decisão, atuando na prática, como um mero executor. Essa postura imperativa dos gestores públicos não permite nem mesmo a sensibilização desses profissionais diante das propostas apresentadas e, por isso, estas são parcialmente alcançadas ou fracassam na sua totalidade. Cabe ao poder público estabelecer um diálogo verdadeiro com o professor, buscando soluções a partir do amplo entendimento sobre a escola pública. Desta forma, seria possível a promoção de políticas públicas educacionais que fossem cúmplices da produção de um conhecimento libertador, reflexivo, crítico, político e transformador, o que somente se conseguirá a partir da melhor qualidade da prática de ensino-aprendizagem, em todos os níveis do sistema público de ensino básico. Cabe a sociedade saber fazer suas escolhas,engajar-se e  assumir sua responsabilidade exigindo o seu espaço de participação na educação pública, pois sabe-se que essa é a principal forma de controle das atividades pedagógicas e da aplicação de recursos educacionais dentro de cada necessidade e realidade. Resta-nos esperar quando isso acontecerá?

REFERENCIAS

FLELei nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/l9394.htm Acesso em: 21 de Setembro de 2009.
Paro VH. Políticas educacionais: considerações sobre o discurso genérico e a abstração da realidade. In: Paro VH. Escritos sobre educação. São Paulo: Xamã; 2001. p. 121-39.
URY, Maria Tereza L. e MATTOS, Maria Isabel L. Sistemas educacionais comparados. 

Luiz Vieira da Silva

Professor/Pedagogo/Psicopedagogo
Crédito: Reprodução/Google Imagens

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3 comentários:

  1. È professor, quantos igual a vc canapi tem? suas ideias me faz pensar em ver em canapi uma verdadeira terra de todos, por que agra é só de um esse prefeito corrupto que parte do povo votou, será que esse povo ainda vai votar nele? o municipio está acabado... parabens por mais um artigo, parabens ao marcio por ter esse meio de comunicação e unico e dar espaço pra pessoasigual a vc, seu artigos realmente são reflexivo, e esperar a sociedade mudar é dificil... mas nunca será tarde para mudança.

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  2. Em um país onde corruptos é quem manda, em que lugar deste a educação vai ser prioridade, nunca!!!!!

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  3. MAIS UM VEZ PROFESSOR O SR. ESTÁ COBERTO DE RAZÕES, INTELIGENTE E DIDÁRICO O SEU DISCURSO, AGORO EU QUE EU NÃO AGUENTO, NÃO É O SEU CASO PROF. LUIZ, É PROFESSOR FICAR NA MOITA, SÓ LASCANDO O PAU E ESPERANDO O PISO SALAFRIAL, AÇÃO QUE É BOM NADA. COMO JÁ NÃO O CONHECEU, ADMIRO SUAS COLOCAÇÕES.PARABÉNS.

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A Redação - 11/01/2017

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