terça-feira, 1 de julho de 2014

A diretora, o ladrão engravatado e o pé de chinelo.

Uma história real que revela uma triste realidade da educação pública deste país, eterno refém do poder manipulador da corrupção. 

Por: Marcio Martins
Crédito: Montagem/Google Imagens

Certa vez quando fazia parte do Conselho Municipal do FUNDEB discutíamos o valor do rateio que os professores deveriam receber, o que pelas nossas contas seria algo em torno de 5 mil reais, valor bem acima dos 2 mil propostos pelo governo municipal da época. A discussão fluia tranquilamente até que a presidente do conselho que era diretora nomeada pelo gestor municipal e que ate aquele momento não havia se pronunciado, se levantou, encerrou a reunião e disse: "Tanto faz se o prefeito pagar 5 ou 2 mil reais. Nunca se pagou rateio nesse município mesmo"

Não consegui ouvir aquele absurdo calado, disse a ela que o prefeito iria pagar os 5 porque era um direito dos professores, mas quando ela fosse ao banco receber, avisasse ao maior número de pessoas possível, pois só assim, teria a certeza que mais tarde algum ladrão iria lhe visitar, mas esse seria um ladrão bom, que dos 5 mil roubaria apenas 3 e deixaria os 2. Feito isso, ao invés de denunciar o ladrão, deveria lhe agradecer e fazer uma festa em sua homenagem, afinal nunca houve um ladrão que vendo 5 mil em sua frente roubasse apenas 3 e deixasse 2 para a vítima. 

Ao ouvir meu desabafo, ela disse: Há mas nesse caso é diferente! Então mas uma vez eu retruquei: 

Porque? 
Porque um usava havaianas e o outro terno e gravata?

Sei que é triste ouvir coisas deste tipo da boca de uma educadora que deveria dar exemplo a seus educandos. Mas fazer o que? "Quando eu perder a capacidade de indignar-me ante a hipocrisia e as injustiças deste mundo, enterre-me: Por certo que já estou morto" (Augusto Branco)




Um comentário:

  1. marcio faça uma meteria sobre os agentes de endemias que estao com salario atrasado praticamente dois meses e nimguem faz nada.

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A Redação - 11/01/2017

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