Infelizmente
a história mostra que o Brasil é um país que sempre viveu de falsas esperanças.
A começar pela forma como o país foi descoberto; por erro de rota e não por
missão. O que levou os descobridores a se utilizarem das riquezas do país,
apenas, como forma de exploração, o que gerou sérias consequências maléficas
para o Brasil. Inicialmente, pela abolição da escravatura; depois pela própria
Proclamação da República. Naquela época a já pujante América do Norte
impressionava e inspirava os brasileiros. Com a nossa república, copiamos tudo
o que era possível ser copiado, desde as instituições e a organização do Estado
como até o próprio nome do país. Lá eles eram os Estados Unidos da América;
aqui passamos a ser os Estados Unidos do Brasil.
Ao copiar
a forma, porém, esquecemo-nos do conteúdo. Logo, então, tivemos uma república
de oligarquias. No plano socioeconômico, de lá para cá quase nada mudou. É
triste dizer que piorou.
Mais
tarde tivemos o ciclo de Getúlio Vargas, que tentou copiar o fascismo europeu
instalando aqui a sua ditadura. Depois disto tivemos o Governo Juscelino
Kubitschek, que procurou sustentar o processo democrático. Kubitschek atraiu
empresas e tecnologias estrangeiras, mas fracassou no esforço de melhorar a
qualidade de vida do país.
Após o
governo JK a crise política agravou-se muito para os brasileiros. Nesse
período, alguns “sábios’ populistas acharam que o grande problema da nação era
o seu povo indisciplinado e, portanto, nada melhor do que convidar os militares
para disciplinarem e consertarem o país. Políticos como Carlos Lacerda,
Magalhães Pinto, Adhemar de Barros, juntamente com os militares, fizeram o
movimento militar de 1964. Como sabemos no final os militares desligaram-se dos
políticos e assumiram o poder sozinhos, iniciando o triste período de nossa
história mais conhecido como a ditadura militar.
Pouco
tempo foi necessário para que os militares mostrassem que não tinham condições
de mudar o país para melhor. Muito pelo contrário, eles acabaram agravando a
situação, de modo a precisar apelar para a repressão violenta para continuarem
mantendo-se no poder. Nesse mesma época, os tecnocratas que assumiram a máquina
burocrática estatal logo começaram a vislumbrar “grandes soluções” para os
problemas brasileiros. Passaram a afirmar que, por não ter- poupança interna, a
nação não tinha como financiar o seu desenvolvimento. Sendo isso ponto de comum
acordo entre aqueles líderes, eles levantaram uma questão aparentemente lógica
e sábia: por que não buscar empréstimo no exterior? Havia grandes excedentes de
capital no mundo desenvolvido e os banqueiros internacionais acreditaram que
podiam emprestar, com risco mínimo, grande quantias para outros país. Nações,
afinal, não têm como “falir”, pensavam eles.
Com a
fábula de empréstimos contraídos naquela época, criou-se o mito do “milagre
brasileiro”, que logo se demonstrou fictício, uma vez que o crescimento
econômico da época fundamentava-se unicamente em empréstimos e não propriamente
na produção de riquezas através do trabalho.
O tempo
foi passando e chegou a hora de pagarmos as dívidas. Tal realidade tornou-se
uma ameaça e uma desgraça para milhões de brasileiros. A terrível verdade é que
o país não tinha e não tem condições de pagar suas dívidas dentro da conjuntura
atual. O sonho do milagre brasileiro tornou-se um pesadelo para o Brasil.
O
desgaste político-econômico da ditadura começou a fazer ruir todo o sistema
montado pelo militares no país. Com quase nenhuma opção solucionadora foi
lançada em 1984 a falsa esperança das “diretas já”. Políticos e militares
negociaram uma solução, na qual os militares sairiam do poder, evitando maiores
problemas. Essa saída chamou-se Nova República. Criou-se assim outra falsa
esperança. A nova República cometeu um erro muito maior, o chamado “Plano Cruzado”,
que provocou grandes esperanças no seio da massas populares, mas que na
realidade trouxe apenas uma consequência: o caos econômico. No bojo do Plano
Cruzado, alguns políticos do PMDB, juntamente com o poder executivo,
conseguiram manipular as eleições que formariam a Assembleia Nacional
Constituinte. Sabemos hoje que esta Assembleia foi produto do casuísmo, e
acabou produzindo um documento que não correspondente nem à realidade da nação,
mas, apenas, de alguns segmentos da sociedade.
Com a
redemocratização; logo, com o primeiro presidente eleito pela vontade popular;
atravessamos um processo de impeachment e, com ele, pairou o medo do retorno da
ditadura.
Depois
tivemos o governo de Itamar, onde o Ministro da Fazendo, Fernando Henrique,
embora tenha conseguido, com o plano real, conter a inflação; vindo logo após,
seu governo onde se manteve a estabilização da economia. Contudo, no país a
fome e a miséria continuavam a crescer.
Já no
governo Lula, com a economia estabilizada, deu-se atenção ao processo de
desenvolvimento social. E quando se imaginava que tudo ia bem, mas uma
vez esperança deu lugar a um escândalo de propina instalado no meio do governo,
o MENSALÃO, o que resultou na condenação de parte da grande cúpula dos
envolvidos no esquema, menos daquele que seria a mente pensante.
Já no
governo Dilma, além de uma gestão atabalhoada, com sérias consequências
negativas para as bases sociopolíticas e econômica – surge o maior de todos os
esquemas de corrupção: o PETROLÃO, onde se observa o envolvimento de grandes
empreiteiros e de políticos. Isso é o Brasil!
E mais
uma vez vivemos da falsa esperança que o Brasil um dia irá ser um país
Desenvolvido.
Por fim,
fica a pergunta, Que País é este?
Bel. Antônio Fabrício Felix Netto
Oficial de Justiça/TJ/AL
FONTE:Livro - À margem da
História; Brasil: Crítica e Solução. Dr. Paulo Proscurshim. Ed. Mundo Cristão.
Crédito: Reprodução/Google Imagens
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